segunda-feira, 28 de maio de 2012

Rede ao mar


Quem lança a rede ao mar sabe o que vai encontrar?
Busco concentração.
Isto mesmo, con-cen-tra-ção!
(o contrário de dispersão)
Mas, onde ela está?
Parece ter se escondido na praia,
nos horizontes, 
ou no ninho do gavião...
Necessito pescar ideias e já passa das 18:30h.
 Psiuuu!! Faça silêncio!
Agora vou ruminar.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Cartão

Domingo. Maio de 2012. Outono.
Do continente para a ilha (ou da ilha para o continente)
O que se vê é a paisagem singular de matizes degradê 
saltar diante dos olhos...
Estou naquele pedacinho de terra cercado de mar,
Floripa!

Pólem

De tão leve que são o vento leva estes grãos...
conjunto minúsculo abarrotado de vida - de Pólens.
Broto novo (de novo).
Processo contínuo,
condição de algo que irá nascer
Pó de pirimpimpim.
Farinha do grego "pales"
Pó...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Freio de mão


Confesso estava um pouco nervosa, é verdade...
(Mas isso não justifica!)
Entrei no carro, verifiquei os retrovisores,
arrumei a regulagem do banco,
ajustei o cinto de segunra, 
olhei para fora para me certificar de que não vinha ninguem
Liguei a seta para sair e ele nem me olhava,
apenas escrevia.
Com voz baixa e já cansada, me disse:  - quando estiver pronta 
pode arrancar, querida. 
Liguei o carro e parti.
Passei a primeira marcha, passei a segunda,
me aproximei da baliza.
Ele olhava o canto esquerdo do retrovisor.
Eu ja ia distorcer o volante para a direita quando ele anunciou:
- Pode descer querida. 
(Pensei: como assim, pode descer? 
Acabei de entrar no carro!) 
e continuava: - Voce esqueceu o freio de mão puxado.
Merd@! (retruquei na cabeça)
Logo o freio de mão??? (Algo tão idiota!)
E por enquanto é o freio de mão que vai prorrogar a minha espera...

terça-feira, 8 de maio de 2012

Outono / mës de Maio


Ando com uma vontade enorme de estudar,
Inebriar-me de leituras, de desejos, de escrita, de capturas...
Quero examinar conceitos desconhecidos
sem me preocupar em decifrá-los, mas, senti-los...
Preciso pausar-me no espaço!
Te vejo.
Debruço-me sobre a janela, permito sua entrada.
Já passei a mão no tripé e na câmera. Foram só alguns segundos...
Ah! Lua prateada...
 junte-se a nós agora, amanhã e depois...
Contigo me esqueço do barulho que vem da parede ao lado,
Me esqueço da voz que destrói a música dos Beatles.
Contigo estudo, me encanto e me enamoro da vida.
A que horas vem?

terça-feira, 1 de maio de 2012

Ferrugens de um passado

Estou pronta.
Passarás aqui para me buscar?
Estou vestindo minhas melhoras vestes.
Passeio baton, pintei os olhos 
(coisas que há tempos que não fazia).
Porque eu sei que você vem.
Será que vai notar?
Talvez venha pela manhã com o romper da aurora
ou, quem sabe, no crepúsculo, ao entardecer.
 Estou ansiosa porque faz tempo que te espero,
porque estou pronta.
Me leva contigo! 

 
Tira de mim as ferrugens 
de um passado presente.
Afasta este tempo estendido 
que me impede de me movimentar.
Por que não me livras deste
amor não correspondido?
Não, agora eu já não sirvo, 
mas sei que ainda habito 
suas melhores lembranças.


 
Me deixarás aqui encostada 
à beira da estrada?
Estou pronta.
De banho tomado, tudo perfumado 
à espera por te reencontrar.

Um lugar ao sol

 Aquele final de tarde carregava consigo
o vento gelado de um dia intenso.
Linhas, cores, sombras, luzes mesclavam-se
na antiga construção.
Da pequena sacada podia-se avistar
o mar, os barcos ancorados, os bancos,
as ondas, as ondulações, as moças...
Nas janelas do casarão ancestral
podia-se ver ainda muitas gentes.
Gentes de outros tempos e de outros espaços
que naquela ausência estava presente...