quarta-feira, 4 de julho de 2012

Banho noturno


As mornas águas da lagoa molham suas canelas finas.
O olhar desconfiado denúncia à fuga que se aproxima 
se a distância entre nós for interrompida.
As luzes do outdoor capricham na iluminação.
Me abaixo, rastejo dois passos.
Olho ou não para o reflexo?
Um mínimo desvio do olhar me trará a perda 
e a permanência para este registro.
Fixo o alvo.
Aponto o canhão.
As crianças tentam espantá-lo gritando:
 - Atira nele! Boom! Boom!
Faço logo o disparo e agora o que avisto é 
apenas a silhueta daquele breve banho noturno.

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