Foi difícil, confesso.
Mas, vê-la parada assim, ah!!!
Como uma bailarina habilidosa, andei na pontinha dos pés.
Precisava daquele instante.
Era o nosso instante (exato e preciso).
Quando percebeu minha presença se fez Garça, tão cheia de graça.
Olhou-me e voou.
Colocou-me a bailar.
Ah!!! Aqueles movimentos "garciosos"...
Quis olhar,
Quis acompanhar aquele risco branco no céu
(rascunho da liberdade?)
Depois quis xingar.
Xingar?
Sim, xingar aquele animal que não pousava para mim.
Pode isso?
E se perguntassem quem invadiu o espaço de quem?
Eu caminhava na lagoa e ela?
Ora, ela fazia Garça!
obstinadamente...
Garça.
Nos cansamos.
Eu já ia guardar a câmera quando ela pousou.
Tudo bem, não foi tão perto, mas pousou.
Me aproximo?
Aumento o zoom?
Mexo no diafragma, no iso???
Para que tanta parafernalha se talvez o que ali importava era saber o que ela tanto olhava assim, tão distinta e elegante.